10 de out. de 2010

A dama da noite

   Remexendo em minhas coisas achei um conto meu, que imaginei ser interessante postar, ele foi publicado no fanzine Juvenatrix , edição de abril em 2001, página 109. Porém fiz pequeníssimas alterações afim de resumi-lo.

A dama da noite

    Abri meus olhos, lentamente, não alcoolizada, mas me sentindo totalmente embriagada. O beco onde me encontrava era tão escuro, que dos ratos eu só via os olhos a cintilar. Com as mãos tentando me apoiar em algo, para me levantar sentia as paredes gélidas e apesar de nua não sentia frio.
    Cambaleando sentia dores profundas em meu estomago, que parecia estar em decomposição sendo devorado por vermes.
    Minha pele vestida de sangue e meus cabelos duros por causa do mesmo. Arranhões, dentadas, isto tudo se assemelhava a um estupro, mas não conseguia me lembrar de absolutamente nada do que havia ocorrido.


    Fui seguindo pelo beco, em direção a minha casa, encontrando em meia neblina, apenas alguns mendigos a me olharem como cães famintos. Seguia sem medo, pior que estava realmente não poderia ficar...
    Sem chaves arrombei minha própria casa. Somente um banho, era o que desejava para me acalmar. Saindo da água, renovada, peguei minha toalha e a enrolei pelo corpo.Passando pela sala encontrei Luna minha gatinha manhosa de estimação que a me ver arrepiou seu pêlo como fosse eu um cão sarnento.
    Senti meu  instinto como o de uma felina aflorar...  Peguei Luna pelo pescoço, tive vontade de esmagá-la, tanto, que o fiz! Cravei minhas enormes unhas e a ergui acima de minha cabeça. O sangue corria por todo seu pêlo branquinho, macio até gotejar em minha boca. A fome que antes eu sentia havia momentaneamente passado.
    Após limpar meu rosto pálido, me sentia diferente, mais bela, jovem e sensual, lembrando subitamente das histórias referentes à condessa Bathory.

    Esmalte, batom e sombra negra.Capa preta coturnos e meu vestido rubro, véu negro, jóias de prata, estava pronta para a noite...
    A lua me seguia pela madrugada a me espiar por galhos secos e mórbidos me dirigia até a casa onde vivi por muitos anos,
    Invadindo a casa, subi as escadas disposta a libertar minha irmã daquele local maldito assim como havia lhe prometido um dia porém barrada por minha mãe, que estranhou me ver em tal hora, ao vê-la pela última vez, ao amparar minhas lágrimas de rancor, notei que eram de sangue ...
    Ao entrarmos numa discução pensei em ir embora, desistir daquela loucura toda, mas ela insistiu puxando o meu braço, novamente me sentindo como uma primitiva, me deliciei com sua indignação beijando seus lábios ardentemente, o qual ela respondeu com uma bofetada que me fez cair longe dela,  não sei como voei sobre ela cravando meus dentes em sua jugular.

Meu pai ao testemunhar a sena veio até mim com um crucifixo que arrancou da parede proferindo esconjuros, se referindo a mim como filha do demônio. A cruz cravei em seu peito que rasguei com violência com a outra mão arranquei seu coração que ainda pulsante, mastiguei sem pensar...
    Um grito na calada da noite. Minha irmã presenciou a última sena, gritando histérica, argumentei que seria livre como sempre sonhara, que lhe daria um mundo novo e ela disse preferir a morte, a se transformar, num monstro o qual eu me tornara. Então eu suguei sua alma. Ela quis assim...


    E séculos se passaram, ainda posso me lembrar de minha primeira noite como uma criatura das trevas. Sim, sou uma vampira. Posso segurar uma cruz, alho, mas a luz do sol eu realmente não resistiria.
    A lua sempre testemunha. Ontem mesmo ao distrair-se com estes escritos, uma dama percebeu meus passos as suas costas, era tarde demais pra ela...
Então já que é tarde, relaxe, não olhe para trás, apenas sinta o beijo da morte e faça parte da escuridão eterna!




 

Vampiria

Moonspell

Vampiria, you are my destiny
My only Love and true destiny
Vampiria...
You're a beast, evil one
Above your head lays a Star
In your heart is buried the jewel
of a Serpent who wished to die
your red long tongue has her poison
And you will spread it as you breed
Conceiving the creed of all creeds
Vampiria, fly Vampiria
In your eye burn, defying
All those who in silence sleep
In a city once named Desire
Dreaming with the entombed dear
The lady has fallen in a blossom
Spread far away by undesirable winds
To females conspiring in gloom
Hiding your pearls from the pigs
So open your arms!
They were shaped as wings
A serenade of revenge draw on your lips
The sombre hill you're staying in
Is now defined
And your Star had start to shine
Depart now on your bright wings
The world envy
The skies have always seduced you
Precious Queen
and you know your time has come
To fly, to fly away with Me, so far...

 

Vampiria (Tradução)

Vampiria, você é meu destino
Meu único amor e real destino
Vampiria...
Você é um monstro, maléfica
Sobre sua cabeça repousa uma Estrela
No seu coração está enterrada a jóia
De uma Serpente que desejava morrer
Sua longa língua vermelha tem o veneno dela
E você vai espalhá-lo quando procriar
Concebendo a crença de todas as crenças
Vampiria, voe Vampiria
Na chama do seu olhar, desafiando
Todos que dormem em silêncio
Numa cidade certa vez chamada Desejo
Sonhando com o amor enterrado
A dama caiu como flor
Levada para longe por ventos indesejados
Para as fêmeas que conspiram no escuro
Escondendo as pérolas dos porcos
Então abra os braços!
Eles têm a forma de asas
Uma serenata de vingança aparece nos seus lábios
A colina sombria sobre a qual você está
Está agora definida
E sua Estrela começou a brilhar
Parta agora com suas asas brilhantes
A inveja do mundo
Os céus sempre a seduziram
Rainha Preciosa
E você sabe que chegou a hora
De voar para longe comigo, para bem longe...